Eu já escrevi aqui sobre a origem do jornalismo , mas isso já faz algum tempo. De qualquer modo, o canal Nerdologia, patrocinado pela HP,...
Outro dia, enquanto comprava um cartão de recarga para minha conta do Netflix, dei de cara com uma promoção irresistível. No mesmo modelo da recarga que eu estava comprando, vi um cartão para assinatura do Jornal O Globo. O preço era irrisório, custava 4,99 R$ por dois meses de assinatura do conteúdo digital.
Deixa eu explicar melhor. Não era uma assinatura para receber o jornal impresso em casa, mas para ter acesso a todo o conteúdo em formato digital. Com esse pacote é possível ler quantas matérias você quiser no site de O Globo; é possível baixar todos os ebooks comercializados pelo jornal; é possível pesquisar no acervo todas as reportagens já feitas até hoje. Sem falar que é possível, ainda, ler as edições diárias em formato digital direto no seu tablet.
Que tal? Não estou ganhando um centavo para falar sobre isso. Compartilho a informação por achar ser uma oportunidade importante, e por acreditar que esse é um assunto que merece ser discutido. O que realmente acontecerá com o jornalismo? Os jornais estão se integrando muito bem ao formato digital. Alguns até abandonaram a publicação física. Mas, e o público?
Estive conversando com o Eddie Silva sobre o assunto. Ele me alertou para o fato de que o público dos jornais está diminuindo. Uma parcela bem pequena do público mais jovem está consumindo jornais, mesmo que em formato digital.
Não é alarmismo, mas mesmo com preços tão irrisórios, mesmo que o jovem faça a assinatura do jornal digital, ele terá que dividir as vinte quatro horas diárias entre o trabalho/estudo, as atividades sociais com os amigos, o tempo que passa no Facebook, o consumo de mídia por streaming – como Netflix e Spotfy –, os jogos online, o tempo com a namorada (o) e tantas outras coisas.
É preciso que se crie o hábito de ler jornais. É preciso que se perceba a necessidade de ler jornais. Não importa a plataforma, não importa o formato. Informação é poder. O grande desafio é descobrir como custear a produção e verificação do conteúdo de qualidade.
Vejo que plataformas como as já citadas (Spotfy e Netflix) já estão consolidadas. O público sente prazer em pagar pelo conteúdo. O mesmo ainda não pode ser dito sobre os jornais e revistas digitais.
Vamos aguardar.
José Fagner Alves Santos
Como incentivar o público a pagar por um conteúdo que ele não terá tempo de consumir? Como justificar a importância da informação de qualida...
Andei pensando em acabar com o Curiosidades Jornalísticas. Não me leve a mal, caro leitor, mas estou tão envolvido com outras tarefas que a ideia ficou martelando em minha cabeça por um bom tempo. Tenho me ocupado com os preparativos para o mestrado, com meus trabalhos para veículos impressos, com a minha coluna no MixPoint, com o meu novo blog, o Editoria Livre e, mais recentemente, com a minha coluna no Portal Café Brasil. Confesso que esta última está há tanto tempo abandonada que nem sei se ainda terei o espaço.
Isso tudo sem falar das postagens aqui no Curiosidades, que, como você já deve ter notado, também andam abandonadas. O grosso do que eu queria compartilhar, em termos de jornalismo, já está registrado nas postagens antigas e compiladas em meu livro. Confesso que a minha contribuição não é muito significativa, mas foi o que pude oferecer.
De qualquer modo, eventualmente ainda surgem ideias que se encaixam bem na temática deste blog e, exatamente por isso, decidi continuar mantendo o Curiosidades Jornalísticas firme e forte.
As publicações serão mais espaçadas, mas irão continuar. Periodicidade nunca foi o forte aqui e isso não vai mudar agora. Mas, como as coisas mudam muito rapidamente, pode ser que o foque volte para cá em mais algum tempo. Vamos torcer por isso.
Ainda não foi desta vez que o blog Curiosidades Jornalísticas chegou ao fim Andei pensando em acabar com o Curiosidades Jornalísticas ....
Publiquei, no Portal Café Brasil, um primeiro ensaio curto sobre as origens do Brasil. É verdade que este primeiro texto fala muito mais sobre mim do que sobre meu país de origem.
Além do óbvio motivo narcisista, a escolha se deu no intuito de aproximar mais o leitor da história em si.
Em vez de utilizar uma argumentação retórica – que muitas vezes se mostra cansativa –, resolvi polvilhar as informações resultantes de minhas pesquisas no meio de uma narrativa pessoal, familiar.
Aproveitando a pesquisa que tenho feito para entender melhor os motivos de nós, brasileiros, sermos do jeito que somos, trago para vocês um documentário, apresentado pelo prof. José Hermano Saraiva, sobre a história de Portugal. O país que serviu de principal matriz étnica e cultural para o Brasil é sempre tão esquecido por nós.
Acredito que seja essencial entender melhor Portugal para entender o Brasil. Assistam com calma. Retornarei em breve ao assunto.
Neste vídeo expõem-se as raízes mais antigas da nacionalidade e dá-se particular relevo à ação colonizadora dos Romanos, aos aspectos sociais da Reconquista cristã, ao despertar da Independência Portuguesa e por fim à primeira grande crise monárquica que culmina com a deposição de D. Sancho II e o reinado de D. Afonso III, o Bolonhês, que introduz uma época nova na História nacional.
Publiquei, no Portal Café Brasil , um primeiro ensaio curto sobre as origens do Brasil. É verdade que este primeiro texto fala muito mais...
Pautado nisso, o programa Observatório da Imprensa, que foi ao ar no dia 15 de setembro, debateu os novos rumos e padrões da indústria de notícias. Tenho uma linha de pensamento, muitas vezes, diferente do Alberto Dines, mas é exatamente por isso que é sempre tão bom ouvi-lo. Só por meio da diversidade de pensamento poderemos montar nossa bagagem.
Vejam o programa e compartilhem suas ideias.
Em meio a tantas demissões em todas as áreas de trabalho, o jornalismo não ficou de fora. Como se já não bastasse o desespero de quem quer a...
Em meio às demissões do Renato Janine Ribeiro e de Arthur Chioro, reformas ministeriais e do rompimento do publicitário, Jeferson Monteiro, criador do perfil da Dilma Bolada, muitas perguntas pipocam de todos os lados. Será que faltou grana? Será que deu crise de consciência? O que realmente estará acontecendo?
Acho que ele, o Jeferson, não é idiota. Viu que a popularidade da presidente está caindo e não quer associar sua própria imagem a um governo que fracassou. Está abandonando o navio naufragando enquanto há tempo.
Eu recomendo que você assista à última edição do programa Roda Viva, transmitido ao vivo em 28 de set de 2015, com entrevista com Hélio Bicudo e Janaína Paschoal.
José Fagner Alves Santos
Em meio às demissões do Renato Janine Ribeiro e de Arthur Chioro, reformas ministeriais e do rompimento do publicitário, Jeferson Mont...
Meu primo foi assaltado no último sábado, dia 26, nas proximidades da Rua 25 de Março, no Centro de São Paulo. Ele estava saindo do Terminal Parque D. Pedro II e caminhava em direção à Santa Ifigênia. Carregava uma mochila com seu notebook – recém comprado, diga-se de passagem – e o smartphone em uma das mãos. Havia acabado de atender uma ligação e, antes que pudesse guardar o aparelho, foi empurrado por um homem enquanto outro arrastava sua mochila e seu celular. Ambos os ladrões saíram correndo e desapareceram no período de tempo em que ele tentava entender o que estava acontecendo.
Antes que comecem os argumentos culpando a vítima é preciso lembrar que qualquer um de nós está sujeito a esse tipo de acontecimento. É muito fácil bradar táticas de segurança depois do acontecido, mas a verdade é que nada nos protege integralmente de um ataque desse tipo.
Meu primo retornou para casa destruído psicologicamente. O sentimento de impotência deixa qualquer um de nós desnorteado. Fui com ele até uma delegacia de polícia para prestar queixa sobre o ocorrido. Não esperávamos que algo efetivo fosse feito. Não tínhamos essa ilusão. Mas, qual não foi a minha surpresa ao ouvir do policial que deveríamos fazer o boletim de ocorrência via internet. Eles, os policiais, nada poderiam fazer para nos ajudar. Nem mesmo o consolo psicológico de prestarmos uma queixa.
Tudo bem. Voltemos para casa e prestemos essa queixa via internet. Bem, fizemos isso, mas o site da Polícia Civil do Estado de São Paulo recomenda que se procure uma delegacia perto da sua casa.
Fiquei refletindo sobre isso: o policial nos manda tentar pelo site, o site nos manda procurar um posto de polícia. Ao que parece, o crime compensa. A impunidade é garantida. Como eu já disse antes, não esperávamos que a Polícia tomasse alguma providência sobre esse caso específico, mas fomos prestar queixa como forma de exercer a cidadania. Explico: se houver uma mapa estatístico que delineie as áreas de maior periculosidade, será mais fácil para o Estado realocar suas tropas. Será mais fácil saber o que procurar e onde procurar. Mas parece que a própria Polícia anda desiludida. Não há o menor esforço para se fingir que algo será feito. Não há o menor esforço para definir onde vigiar.
Sem querer ser dramático, mas, ficou claro para mim que o Estado não apenas falha em garantir a nossa segurança, ele nem se esforça para fingir que algo está sendo feito. Só quando a mídia caí em cima e toda a sociedade começa a falar sobre o assunto é que alguma atitude é tomada. Se não me engano foi Lévi Strauss quem disse que o Brasil foi da barbárie à decadência, sem passar pelo período civilizatório.
Parece que ele estava certo.
Vivemos numa sociedade bárbara e decadente que não sabe o que é civilização Imagem construída com suporte do BitsStrip Enquanto muit...
Há uns seis meses estava procurando emprego desesperadamente. Os trabalhos freelancers haviam desaparecido, emprego com carteira assinada só em central de telemarketing e as contas não paravam de chegar. Me arrisquei no call center durante uns três meses, mas o salário mal dava para pagar o aluguel.
Para minha sorte, as oportunidades de trabalhos freela começaram a reaparecer timidamente. Aos poucos a situação foi melhorando e, no momento, tenho me virado relativamente bem. Até já tinha esquecido para quantos lugares havia enviado currículo. Eis que, mais de seis meses depois, me chega a resposta de um daqueles e-mails.
Numa mensagem muito cordial recebi a proposta de escrever uma média de 4 artigos diários, ao preço de 6 reais cada um. Sim, você leu corretamente. Não é a primeira vez que isso acontece, mas fiquei impressionado do valor não ter sofrido aumento significativo no meio da crise pela qual estamos passando.
Mas veja bem, essa é, segundo o e-mail/proposta, uma oportunidade tentadora:
(...) não existe cota máxima, vc pode produzir quantos textos a mais conseguir; nossos atuais redatores enviam em média 8 textos de 500palavras por dia, recebendo em média R$ 1.200,00 por mês
Que tipo de texto alguém produz tendo que escrever oito artigos diários? Eu realmente gostaria de saber. Só uma dica para quem quiser me enviar e-mail com alguma proposta: não usem abreviaturas do tipo “vc”. Essa informalidade mostra, ao menos para mim, total falta de comprometimento com o trabalho.
Essa ideia de ficar cozinhando texto pode ser um bom exercício de redação para quem está começando, mas o uso constante desse recurso empobrece o conteúdo, deforma o estilo e limita a criatividade.
Se você está no aperto e pensa em aceitar uma promessa parecida, cogite a possibilidade de criar seu próprio blog. Use o tempo que levaria para escrever esses oito artigos diários para criar um texto com conteúdo significativo para o seu blog. Em três meses já estará tendo algum retorno com programas de afiliados, adsense e venda de conteúdo exclusivo.
Pense nisso.
Trabalhar por 6 reais o artigo é o mesmo que pedir emprego numa empresa de call center. Crie seu blog e produza para você mesmo. Afonso L...
Peço a todos os interessados em compreender melhor o cenário atual brasileiro que assistam ao documentário sobre o cinegrafista Santiago And...
Foto: Fagner
Muito se tem falado em template responsivo. Todo mundo que pensa em criar um blog tem a obrigação de se preocupar com o conforto do usuário que irá acessar seu domínio por meio de dispositivos móveis.
É o primeiro conselho para qualquer blogueiro: não se esqueça da plataforma mobile. Acho isso ótimo. Estamos evoluindo nessa direção. A cada dia aumenta o número de pessoas que usam a internet, quase que exclusivamente, por meio do celular.
E quanto aos livros digitais? Bem, ao menos aqui no Brasil o modelo mais usado para os chamados ebooks (eletronic book, ou livro eletrônico em português) ainda é o PDF (Portable Document Format, ou Formato de Documento Portátil).
Este formato (PDF), criado pela Adobe System, tem a função de conservar a formatação e a diagramação independentemente de onde o arquivo esteja sendo visualizado. Você pode criar seus arquivo usando o Microsoft Word, no Photoshop, Adobe Indesign ou qualquer outro editor, salvá-lo no formato de documento portátil e visualizá-lo com a mesma formatação em qualquer plataforma.
O problema é que o PDF não é fluido. Não é confortável fazer a leitura em telas pequenas como as de celulares ou ereaders (eletronic reader, ou leitores eletrônicos). Para isso foram criados formatos como o ePub e o Mobi.
Vamos por partes:
O ePub é um formato baseado em xml (seria uma versão melhorada do html) para livros eletrônicos. Imagine que você escreveu um livro e gostaria que ele tivesse, em formato digital, as mesmas funções que um blog responsivo, ou seja, se ajustasse de acordo com a tela em que fosse visualizado. Com o ePub o leitor pode mudar o tipo ou tamanho da fonte, pode marcar trechos que considerar importante, pode configurar a leitura para o seu maior conforto. A maioria dos ereaders já possuem suporte para o formato ePub. Caso você não tenha um aparelho para leitura de livros eletrônicos, pode usar o seu smartphone. Existem diversos aplicativos para abrir ePub em seu celular. Faça uma pesquisa rápida e descubra aquele que mais se adapta às suas necessidades. Sem falar que também é possível abri-lo no PC usando o Adobe Digital Editions.
O Mobi é um formato semelhante ao ePub, mas de propriedade da Amazon. A gigante ainda prefere usar sua própria extensão para livros digitais. As funções e propriedades são praticamente as mesmas do formato anterior. Se você tem um Kindle, provavelmente esse é o formato dos seus livros eletrônicos.
Muitos ereaders já possuem a função de tornar o PDF mais fluido. Para isso, é necessário uma conversão e essa conversão nem sempre resulta num produto muito agradável para o leitor final. O ideal seria disponibilizar seus livros já em formato ePub ou Mobi. Por que será que boa parte dos blogueiros brasileiros ainda se prendem ao formato PDF? Não sei. Talvez seja por conta do seu público alvo que ainda é muito leigo para essa nova tecnologia. Nesse caso, cabe ao próprio blogueiro apresentar esses novos formatos. Mas, a impressão que eu tenho é que o produtor de conteúdo desconhece qualquer extensão de ebooks que não seja o PDF.
Resta a nós, leitores, solicitarmos o conteúdo em formatos mais confortáveis. Se todo mundo cobrar, talvez a mudança ocorra.
José Fagner Alves Santos
Disponibilizar seu ebook em formato PDF é obrigar o leitor a imprimir o livro para ter melhor conforto na leitura. Vamos usar o ePub. Foto...