Choro
Entrevista
Cobertura do dia do choro
Hoje, trago para vocês uma entrevista que eu fiz para o Suprassunto durante o dia do choro na Praça Mauá. Espero que curtam:
Como eu tinha prometido, quando falei do Dia Nacional do Choro, a nossa equipe foi cobrir o evento na Praça Mauá.
A conselheira fiscal do Clube do Choro, Herlinha Gomes de Souza concedeu uma entrevista à nossa reportagem. Leia a seguir:
Reportagem - Conversando com o Marcello Laranja, na quinta-feira, discutíamos a relação que é feita entre o chorinho e a terceira idade. O Marcelo apontou o fato, de que a boa música é direcionada a todos os que têm bom gosto, como a senhora enxerga essa relação?
Herlinha – A boa música serve para qualquer idade. É só observar o que foi o show do Edu Lobo, que foi uma coisa deslumbrante. A boa música não tem idade. O Clube do Choro está completando agora oito anos. Já trouxemos duas vezes o Altamiro Carreiro, já trouxemos o Elton Medeiros, já trouxemos o Sérgio Cabral, já trouxemos o Déo Rian, entendeu? E temos chance de trazer mais gente, o que nos falta é verba.
Reportagem – E dentro deste contexto, como é que a senhora encara eventos como este?
Herlinha – Eu acho importantíssimo. Tinha que ter toda semana. Se não se dá chance para a boa música você vai ter que ouvir essas porcarias que lhe são impostas.
Reportagem – Além do Clube do Choro, existem outros grupos aqui de Santos que buscam o resgate da boa música?
Herlinha – Eu sei que tem o Regional de Toledo que não é bem de Santos, é de Cubatão, que também é muito bom, sempre estão aqui com a gente... Nos outros aniversários... Foi uma pena porque nós tínhamos uma sede maravilhosa. Conseguimos a sede... Inauguramos em abril, em agosto o prédio foi vendido para uma empresa japonesa, então nós ficamos sem prédio agora. Então nós temos que aproveitar esses eventos para a apresentação de chorinho. Fora isso tem o Ki Frango, que é um restaurante que todo sábado tem chorinho.
Reportagem – A partir de que horas?
Herlinha - A Partir das 13h já tem chorinho, inclusive os [músicos] antigos serão homenageados hoje.
Reportagem – A senhora vê os barzinhos...
Herlinha – Como ponto de encontro.
Reportagem – a senhora vê esses pontos de encontro com último refúgio para o choro?
Herlinha – É, porque a gente não tem ainda um lugar... Falta... Falta às empresas promoverem, dar [em] uma ajuda de custo. Porque para a gente conseguir uma verba da prefeitura é difícil, entendeu? Então, falta incentivo. Nossa idéia com o clube do choro é montar uma escola de choro, só para meninos carentes. Mas, e aí, como é que a gente vai fazer? Nós não temos sede, não temos ajuda dessas grandes empresas para comprar instrumentos, porque criança tem... Você vai ver, olha, tem esses meninos de São Vicente (apontando para o grupo de crianças que tocavam chorinho logo ao lado), tem uma menina flautista de onze anos, a Júlia, que toca uma flauta maravilhosa, entendeu? E tem um garotinho que nós encontramos por acaso, que toca cavaquinho, daqui a pouco ele está aí. Falta o que? Apoio, ele não tem recursos, então na hora que a gente tiver ajuda dessas empresas grandes, Libra Terminais, esses negócios... E outra, Santos... A gente vai ter um espaço... Nós temos que ter uma sede para termos uma escola.
Reportagem – Um dos problemas então seria a falta de apoio da prefeitura...
Herlinha – Não, não, a prefeitura... Até que o Carlos Pinto (secretário de cultura) dá muita força para o Clube do Choro, ele sempre está nos ajudando, mas o que está faltando é o que? São as grandes empresas darem incentivos para que a gente tenha um local (sic)... Porque nós precisamos ter um local para alugar... Só que, para você ter idéia, a nossa mensalidade é de dez reais, a maioria não paga. É brincadeira, né?
Reportagem – Então há um suporte da prefeitura, a secretaria de cultura...
Herlinha – (interrompendo) Sempre nos ajuda.
Reportagem – O problema então seria a falta de ajuda da iniciativa privada?
Herlinha – Exato. A prefeitura nos dá uma verba, pequena, mas de qualquer maneira dá. Dá o espaço como deu o (Teatro) Guarany ontem, então... Nós não temos retorno financeiro porque lá no Guarany é tudo gratuito, mas de qualquer maneira nós temos espaço. Tem lá na Ponta da Praia, que é o Tecondi (Celebra) que promove né?... O show do Aquário (municipal), mas falta o que? Uma ajuda maior. Não é possível que uma empresa dessas não possa nos ajudar com 500 reais, juntando dez empresas nós poderíamos alugar um espaço aqui na cidade, como era a nossa sede. Nossa sede era linda, ficamos de abril até agosto... Depois de gastarmos um dinheirão fazendo obras e tudo.
Reportagem – Pra finalizar, qual a mensagem que a senhora deixa?
Eu gostaria que as pessoas não se esquecessem que o choro é praticamente o primeiro estilo de música tipicamente brasileira. E as pessoas não querem pagar cinco reais para ver uma apresentação de choro, mas pagam bem mais para ouvir certas coisas.
Leia também:
Renovação musical marca o Dia Municipal do Choro.
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Como eu tinha prometido, quando falei do Dia Nacional do Choro, a nossa equipe foi cobrir o evento na Praça Mauá.
A conselheira fiscal do Clube do Choro, Herlinha Gomes de Souza concedeu uma entrevista à nossa reportagem. Leia a seguir:
Reportagem - Conversando com o Marcello Laranja, na quinta-feira, discutíamos a relação que é feita entre o chorinho e a terceira idade. O Marcelo apontou o fato, de que a boa música é direcionada a todos os que têm bom gosto, como a senhora enxerga essa relação?
Herlinha – A boa música serve para qualquer idade. É só observar o que foi o show do Edu Lobo, que foi uma coisa deslumbrante. A boa música não tem idade. O Clube do Choro está completando agora oito anos. Já trouxemos duas vezes o Altamiro Carreiro, já trouxemos o Elton Medeiros, já trouxemos o Sérgio Cabral, já trouxemos o Déo Rian, entendeu? E temos chance de trazer mais gente, o que nos falta é verba.
Reportagem – E dentro deste contexto, como é que a senhora encara eventos como este?
Herlinha – Eu acho importantíssimo. Tinha que ter toda semana. Se não se dá chance para a boa música você vai ter que ouvir essas porcarias que lhe são impostas.
Reportagem – Além do Clube do Choro, existem outros grupos aqui de Santos que buscam o resgate da boa música?
Herlinha – Eu sei que tem o Regional de Toledo que não é bem de Santos, é de Cubatão, que também é muito bom, sempre estão aqui com a gente... Nos outros aniversários... Foi uma pena porque nós tínhamos uma sede maravilhosa. Conseguimos a sede... Inauguramos em abril, em agosto o prédio foi vendido para uma empresa japonesa, então nós ficamos sem prédio agora. Então nós temos que aproveitar esses eventos para a apresentação de chorinho. Fora isso tem o Ki Frango, que é um restaurante que todo sábado tem chorinho.
Reportagem – A partir de que horas?
Herlinha - A Partir das 13h já tem chorinho, inclusive os [músicos] antigos serão homenageados hoje.
Reportagem – A senhora vê os barzinhos...
Herlinha – Como ponto de encontro.
Reportagem – a senhora vê esses pontos de encontro com último refúgio para o choro?
Herlinha – É, porque a gente não tem ainda um lugar... Falta... Falta às empresas promoverem, dar [em] uma ajuda de custo. Porque para a gente conseguir uma verba da prefeitura é difícil, entendeu? Então, falta incentivo. Nossa idéia com o clube do choro é montar uma escola de choro, só para meninos carentes. Mas, e aí, como é que a gente vai fazer? Nós não temos sede, não temos ajuda dessas grandes empresas para comprar instrumentos, porque criança tem... Você vai ver, olha, tem esses meninos de São Vicente (apontando para o grupo de crianças que tocavam chorinho logo ao lado), tem uma menina flautista de onze anos, a Júlia, que toca uma flauta maravilhosa, entendeu? E tem um garotinho que nós encontramos por acaso, que toca cavaquinho, daqui a pouco ele está aí. Falta o que? Apoio, ele não tem recursos, então na hora que a gente tiver ajuda dessas empresas grandes, Libra Terminais, esses negócios... E outra, Santos... A gente vai ter um espaço... Nós temos que ter uma sede para termos uma escola.
Reportagem – Um dos problemas então seria a falta de apoio da prefeitura...
Herlinha – Não, não, a prefeitura... Até que o Carlos Pinto (secretário de cultura) dá muita força para o Clube do Choro, ele sempre está nos ajudando, mas o que está faltando é o que? São as grandes empresas darem incentivos para que a gente tenha um local (sic)... Porque nós precisamos ter um local para alugar... Só que, para você ter idéia, a nossa mensalidade é de dez reais, a maioria não paga. É brincadeira, né?
Reportagem – Então há um suporte da prefeitura, a secretaria de cultura...
Herlinha – (interrompendo) Sempre nos ajuda.
Reportagem – O problema então seria a falta de ajuda da iniciativa privada?
Herlinha – Exato. A prefeitura nos dá uma verba, pequena, mas de qualquer maneira dá. Dá o espaço como deu o (Teatro) Guarany ontem, então... Nós não temos retorno financeiro porque lá no Guarany é tudo gratuito, mas de qualquer maneira nós temos espaço. Tem lá na Ponta da Praia, que é o Tecondi (Celebra) que promove né?... O show do Aquário (municipal), mas falta o que? Uma ajuda maior. Não é possível que uma empresa dessas não possa nos ajudar com 500 reais, juntando dez empresas nós poderíamos alugar um espaço aqui na cidade, como era a nossa sede. Nossa sede era linda, ficamos de abril até agosto... Depois de gastarmos um dinheirão fazendo obras e tudo.
Reportagem – Pra finalizar, qual a mensagem que a senhora deixa?
Eu gostaria que as pessoas não se esquecessem que o choro é praticamente o primeiro estilo de música tipicamente brasileira. E as pessoas não querem pagar cinco reais para ver uma apresentação de choro, mas pagam bem mais para ouvir certas coisas.
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