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Jornalismo literário no Brasil
: Audálio Dantas é o correspondente nacional ao Gay Talese, Truman Capote, Hunter Thompson e Tom Wolfe, mas com uma dose de Graciliano Ramos.
Audálio Dantas e seu livo Tempo de reportagem em foto de Eugênio Goulart |
Raro é o jornalista, dessas novas gerações – incluindo aqui os estudantes e recém formados –, que não se deixou influenciar pelo trabalho de autores como Gay Talese, Hunter Thompson, Tom Wolfe, Truman Capote e similares. A maioria dos influenciados sonham com o dia em que farão trabalhos semelhantes em terras tupiniquins, abordando temáticas brasileiras, servindo à população nacional.
A verdade é que chegamos atrasados. É claro que ainda podemos realizar trabalhos nesses moldes, mas não seremos, nem de longe, os que trarão esse tipo de jornalismo ao Brasil. Aquilo que é chamado de novo jornalismo, não foi criação norte americana. Antes, foi um “movimento” que surgiu de forma simultânea em várias partes do mundo.
No princípio era a realidade, e a Realidade se fez revista, e ela ajuntou o maior número de jornalistas talentosos por metro quadrado. Foi assim que se criou o maior símbolo nacional da reportagem. Ouvimos falar dela na faculdade, em palestras, mas não conhecemos (ao menos eu não conhecia) a real importância deste veículo para o jornalismo nacional.
TEMPO DE REPORTAGEM
Eis que me cai à mão “Tempo de Reportagem – Histórias que marcaram época no jornalismo brasileiro” de Audálio Dantas, publicado pela editora Leya, e com prefácio de Fernando Morais, 287 páginas.
Confesso que o livro deu um tapa no meio da minha cara, como quem exige que se acorde para perceber que santo de casa faz milagre sim, senhor. Audálio é o tipo de profissional que não deve nada aos gringos. Talese, Capote e tantos outros, são bons, mas sua realidade é distante da minha. A máfia italiana – retratada em “Honra teu pai” – não é, para mim, um problema tão próximo. Como não-o-é o a gangue de motoqueiros “Hells Angels”, do livo Homônimo de Hunter Thompson ou a cidade de Holcomb, no interior do Kansas, cenário de “A sangue Frio” do Truman Capote.
Por outro lado, o diário de uma favelada da cidade de São Paulo, o registro da véspera de inundação da cidade de Canudos ou a história dos homens caranguejo, num vilarejo perdido no litoral nordestino, fazem parte de uma cosmovisão muito mais próxima de mim, mesmo que nem sempre essas informações estejam no nosso campo de visão.
Deveriam estar. E é isso que este livro do Audálio Dantas nos ensina. Ao longo de suas 13 reportagens – todas elas com uma introdução que explica o processo de elaboração de cada uma –, choramos, sorrimos, sentimos inveja das aventuras do repórter, mas, acima de tudo, aprendemos com ele a ter humildade.
Confesso que o livro deu um tapa no meio da minha cara, como quem exige que se acorde para perceber que santo de casa faz milagre sim, senhor. Audálio é o tipo de profissional que não deve nada aos gringos. Talese, Capote e tantos outros, são bons, mas sua realidade é distante da minha. A máfia italiana – retratada em “Honra teu pai” – não é, para mim, um problema tão próximo. Como não-o-é o a gangue de motoqueiros “Hells Angels”, do livo Homônimo de Hunter Thompson ou a cidade de Holcomb, no interior do Kansas, cenário de “A sangue Frio” do Truman Capote.
Por outro lado, o diário de uma favelada da cidade de São Paulo, o registro da véspera de inundação da cidade de Canudos ou a história dos homens caranguejo, num vilarejo perdido no litoral nordestino, fazem parte de uma cosmovisão muito mais próxima de mim, mesmo que nem sempre essas informações estejam no nosso campo de visão.
Deveriam estar. E é isso que este livro do Audálio Dantas nos ensina. Ao longo de suas 13 reportagens – todas elas com uma introdução que explica o processo de elaboração de cada uma –, choramos, sorrimos, sentimos inveja das aventuras do repórter, mas, acima de tudo, aprendemos com ele a ter humildade.
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