Falta transparência política na diagramação de jornais e revistas, diz prof. da USP


A diagramação peca pela falta de transparência política, diz o professor de jornalismo visual da ECA/ USP, Luciano Guimarães. Para ele, uma charge política na página do editorial ou uma fotografia que dê margens a interpretações dúbias não serve ao jornalismo.

“Do mesmo jeito que um texto dúbio não nos serve, o mesmo pode ser dito da foto ou diagramação”, explica.

Guimarães argumenta que, colocar charge política no espaço do editorial é inadequado e desrespeitoso. “Não temos o direito de ficar ironizando algo que poderíamos discutir de forma mais séria”, argumenta ele.

Ele defende que a diagramação e a imagem são ferramentas mais propícias à manipulação porque o controle é maior em cima do texto. “Nunca vi direito de resposta em cima de uma charge”, brinca.

A diagramação tem uma linguagem que não é independente, ela sempre se relaciona com as outras informações no campo jornalístico.

Luciano chama a atenção para o fato de que um pensamento visual para o jornalista é algo que se leva tempo para construir. O profissional precisa ter uma boa formação, no entanto, o espaço para as aulas de diagramação na academia ainda é muito pequeno. A estrutura atual, da grade curricular na USP, não o agrada.

Hoje é preciso, cada vez mais, desenhar a notícia.

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