Não é estranho o modo como acreditamos, quando criança, que um curso de nível superior será a solução para a nossa falta de emprego? Gostava de acreditar nisso. A realidade, no entanto, bateu à porta. Não tem sido fácil. Nos últimos anos o número de jornalistas demitidos, de veículos de comunicação que foram fechados, postos de emprego que deixaram de existir, surpreendeu ao mais pessimista de todos nós.

 Imagem construída com suporte do BitsStrip
A culpa é das mídias sociais e da internet, dirão alguns; a culpa é do próprio jornalismo que não se atualizou, dirão outros. Eu, particularmente não saberia dizer de quem é a culpa. A única coisa que sei é que, a maioria dos meus colegas de faculdade está trabalhando com assessoria de imprensa ou com comunicação interna de alguma empresa (refiro-me àqueles que ainda insistem em trabalhar com comunicação). Que não fique aqui nenhum mal entendido. Não considero a comunicação institucional algo menor, mas precisamos reconhecer que é um posto de trabalho muito mais voltado ao profissional com habilitação em relações públicas.
Não quero começar com aquele papo piegas de que o jornalismo é uma vocação. Sei que ninguém mais acredita nisso. Mas, o jornalismo nunca foi uma profissão para ganhar bem. Muitos dos que buscavam esse caminho se iludiam com a suposta glória do ofício. Queriam aparecer na TV, ficar famoso. Fico imaginando como Balzac escreveria Ilusões Perdidas nos dias de hoje. 

Apesar da simplificação feita pelo ex-presidente Lula, não acredito que seja simplesmente uma questão de partidarismo. A crise na imprensa é muito maior. A maioria de nós, como é o meu caso, continua por simples teimosia. Só não sei dizer até quando.