Um tiroteio em frente ao Centro Educacional de Itacaré, deixou dois alunos feridos (um menino e uma menina). O incidente aconteceu hoje, 13 de março, pela manhã, por volta das 8h.

Centro Educacional de Itacaré

A menina recebeu dois tiros no joelho, o garoto recebeu um tiro no braço. A diretora do Centro Educacional de Itacaré, Adilza Silva dos Santos dispensou os alunos logo após o incidente, acompanhando, ela mesma, os feridos à Fundação Hospitalar de Itacaré.

Os alunos que residem na cidade foram mandados para casa, os que moram na zona rural ficaram aguardando, dentro do colégio, até o horário em que o ônibus chegasse para fazer o transporte.
A cidade de Itacaré, no Sul da Bahia, vem sofrendo constantes ataques por conta de dois grupos de traficantes rivais.

No último dia 04 de março traficantes do Bairro da Passagem invadiram o Bairro Santo Antônio (Bairro Novo) com roupas que simulavam o uniforme da Polícia Militar.
Chegaram dando ordem de prisão. Dispararam com metralhadoras ferindo três pessoas, incluindo uma cadeirante.

A diretora do colégio, Adilza Silva dos Santos, disse que os alunos feridos serão remanejados para o Hospital Regional de Ilhéus. “Não temos como cuidar dessas crianças aqui. E eu tenho que acompanhá-los… são menores”, desabafou a diretora. Marineldo Ribeiro, Secretário da Cultura de Itacaré, acompanha Adilza e as crianças na transferência para Ilhéus.

Buraco de bala no mercado em frente à escola.

Os meios de comunicação regionais não deram atenção ao ocorrido. A emissora municipal de rádio fez apenas menção ao ocorrido. O BA TV, principal telejornal da região, da TV Santa Cruz, afiliada à Rede Globo, deu apenas uma nota pelada (Notícia lida pelo apresentador do telejornal, sem nenhuma imagem de ilustração) após grande insistência deste repórter.

Segundo testemunhas, um dos estudantes feridos faz parte de um dos grupos de traficantes, e teria atraído seu algoz para a porta do colégio.

O prefeito da cidade, Jarbas Barbosa Barros, já recebeu ameaças: os traficantes querem o policiamento de reforço fora da cidade. Em caso contrário, prometem matar o prefeito ou um dos seus familiares.
“Itacaré está sofrendo com isso há quatro anos”, diz José Agripino, pescador natural de Itacaré, “Nós temos medo de sair à noite”, conclui ele.

O que impressiona é o descaso da imprensa regional que não investiga, não divulga os acontecimentos, nem cobra medidas das autoridades. É como se Itacaré não fizesse parte do Brasil, como se ali não existisse a presença do Estado.

Ônibus que transportariam os alunos para a zona rural.

Post Scriptum: Eu sei que a matéria não se encaixa na proposta do blog, mas é o único canal que tenho para divulgar o que vejo. Quando as bocas calarem as pedras clamarão.