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Jornalismo sem a divisão entre “igreja e estado” é publicidade
A divisão entre igreja e estado foi fundamental para que o
jornalismo não ficasse preso, exclusivamente, aos interesses dos
patrocinadores. Com a ascensão do formato digital esse modelo parece estar
ameaçado.
Ao contrário do que dizem por aí, ainda não existe fórmula
para a monetização para o jornalismo digital. Não adianta fazer um curso com
aquele guru que te promete um faturamento de 4 dígitos mensais. O único que vai
conseguir esse faturamento é o próprio guru, caso ele consiga vender o curso
para leigos como você.
Não me entenda mal, eu sei que muitos empreendimentos de
comunicação digital já conseguiram encontrar seu caminho financeiro. Mas são
métodos pontuais, que funcionam para aquele modelo, para aquele veículo
específico. Dificilmente poderia ser transplantado para outro blog ou site.
É claro que, se você escreve uma série de artigos sobre
determinado assunto, consegue um bom posicionamento nas pesquisas do Google e direciona
esses artigos para a venda dum produto correlacionado, em algum programa de
afiliado, a geração de renda será mais significativa que os anúncios do Google
Adsense.
O problema, meu caro, é que esse tipo de conteúdo não é
jornalismo. É, apenas, conteúdo publicitário pautado pelo produto que se quer
vender. Se você é um publicitário ou está interessado, apenas, nos lucros que
esse tipo de empreendimento pode gerar, então, não vejo problema que siga em
frente.
Caso você queira fazer jornalismo de verdade, caso você
queira informar sem precisar seguir a pauta imposta pelo produto que deseja
vender, não encontrará fórmula para custear essa produção. Sei que muita gente
vai dizer que esse modelo de “programa de afiliados” não difere muito daquilo
que já é feito no jornalismo oficial, no entanto, basta analisar a qualidade do
conteúdo desses blogs e sites e comparar com produções como a Folha de São
Paulo, O Globo, Estadão, Revista Brasileiros, Revista Piauí, Zero Hora, Jornal
A Tarde e muitos outros da grande e da pequena imprensa, para ter noção do que
eu estou falando.
A liberdade de escrever aquilo que enxergamos, em vez contar
a versão do patrocinador, é o que chamamos, em jornalismo, de “divisão entre
igreja e estado”. Se o jornalismo
digital não conseguir restaurar essa estrutura, sua credibilidade estará
comprometida.
Mas, o que você pensa sobre o assunto. Compartilhe conosco
aí nos comentários.
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