Jornalistas, livros não dão dinheiro


Se o jornalista independente pensa em ganhar dinheiro com produtos digitais, deveria focar em serviços multimídias já que as possibilidades de se lucrar com ebooks é muito pequena

Livros enfileirados. Se o jornalista independente pensa em ganhar dinheiro com produtos digitais, deveria focar em serviços multimídias já que as possibilidades de se lucrar com ebooks é muito pequena

 



Um amigo perguntou, recentemente, por que eu não investia na produção de livros (mesmo que digitais) como forma de monetizar o blog. A ideia não é de todo ruim. Falta é tempo para focar num empreendimento deste porte. No entanto, fiquei divagando a respeito disso: nos tempos em que o único caminho era passar por uma editora, o autor recebia 10% do valor de capa. E isso estava previsto na lei.


Hoje temos a possibilidade da auto publicação digital. Não é mais necessário pagar uma gráfica ou uma distribuidora. É muito mais fácil, para um jornalista, editar seu próprio ebook. Então, por que será que a maior parte dos blogs que lucram com infoprodutos estão focando em cursos online, palestras em vídeos ou coisas semelhantes? Simples: porque dá mais retorno.


O que o mercado de infoprodutos deseja (assim como todos os outros mercados) é um produto com boa margem de lucro, que fique logo obsoleto, que seja suscetível de melhoras constantes – com um ganho pequeno a cada melhora. Isso é tudo que um livro não é.


Qual o valor máximo que se pode cobrar num livro digital? Cem reais? Eu não sei. O que sei é que, vejo constantemente cursos digitais em vídeo sendo vendidos a valores superiores a um mil reais. Em quanto tempo esses cursos estão obsoletos? Qual seria a margem de lucro de um curso desses?


Façamos uma conta de forma grosseira: Imagine que eu monte um curso em vídeo ensinando a fazer acarajé. O valor do curso é de 1200 R$. Suponhamos ainda que eu consiga vender esse curso para 200 pessoas. Meu faturamento bruto seria de 240.000 R$. Quanto será que eu gastaria com a criação do curso, a infraestrutura digital e a publicidade para vender o curso? Quarenta mil reais, talvez? Suponhamos que eu gastasse tudo isso, quanto sobraria de lucros.


É inegável que o poder de comunicação de um vídeo é muito superior ao de um livro. Seria bobagem não reconhecer isso. A pergunta que fica é: esses cursos valem mesmo tudo isso? Tenho visto cursos que custam acima de 4000 R$. Bem, se tem gente que paga e não reclama, significa que deve valer.


Enquanto isso, eu continuo aqui buscando um tempinho para escrever meu novo livro, dessa vez, digital.  Vamos torcer para que eu consiga. Ou não!

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