Leite de pedra como alimento



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Quando li em diversos jornais sobre o lançamento do álbum Duetos em comemoração aos 50 anos de nascimento do Renato (Manfredini Júnior) Russo, pensei: estão querendo tirar leite de pedra.
A história é sempre a mesma, regravações das músicas mais populares (aquelas que já cansaram), sobras de estúdio (quase sempre de qualidade duvidosa), mixagem que criam duetos que nunca existiram. Por esses motivos, o lançamento deste “novo” álbum não me chamou a atenção.





O amigo leitor que talvez tenha, assim como eu, uma pequena que também goste de fazer compras, sabe que a mudança de estação é um bom motivo para visitar o centro comercial.


- Mas, meu amor, por que eu tenho que comprar roupas para o inverno? Têm um monte de agasalhos lá em casa.

- Não acredito que você vai me fazer passar vergonha desfilando por aí com aquelas roupas do inverno passado!?

Como a última palavra é sempre minha, respondi do alto da minha autoridade:

Sim, querida!

Lá estava eu percorrendo as inúmeras lojas em busca do agasalho mais confortável quando me encontrei no setor de CDs e DVDs. Dei de cara com o bendito álbum.
Talvez por um simples impulso de colecionismo, resolvi levar o disco e acabei gostando de algumas coisas.

Like a lover

Confesso que não conhecia essa canção, mas a versão mixada em que Renato divide os vocais com a Fernanda Takai agradou muito aos meus ouvidos. Tive a mesma sensação de quando ouvi pela primeira vez o Stonewall. A música tem uma suavidade e uma maturidade que há muito eu não ouvia. 


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Celeste (Soul Parsifal)

Bem, qualquer um que me conheça sabe o quanto eu amo a versão dessa música que está na Tempestade. Na verdade, essa é a minha música favorita. Não estou falando das músicas do Legião, mas de todas as músicas que já ouvi no mundo, essa é a minha favorita.
Ouvir a versão original que foi gravada numa fita cassete na casa da Marisa Monte, foi um choque pra mim.
A evolução da letra é nítida, Renato substituiu frases como: “vê que a minha força é santa” por algo mais sóbrio: “vê que a minha força é quase santa”.
É a música que eu ouço toda manhã enquanto me arrumo pra sair.


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Vento no Litoral

Escutar Cássia Eller em “parceria” com o Renato foi algo muito bom. Só fiquei triste porque ninguém pensou em criar algo semelhante com a canção 1° de julho.


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Na seqüência temos a prova de que eu não estava tão errado: as canções Mais uma vez com 14 Bis, A Carta com Erasmo Carlos, A Cruz e a espada com Paulo Ricardo e Cathedral Song com Zélia Duncan são as mesmas versões contidas no Renato Russo Presente.
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Change Partners

Juro que nunca imaginei ser possível unir Renato Russo e Caetano Veloso numa canção, mas o resultado foi fantástico.
É a mesma sensação de reestruturação de foco que sentimos após nos recuperarmos de uma desilusão afetiva.
Mais que recomendada.

Strani Amori

Nunca gostei da Laura Pausini e Strani Amori sempre me soou como uma canção brega, feita para adolescentes apaixonados. No entanto, gostei muito dessa versão. De todas as canções do disco é a que mais se parece com um dueto. A música continua sendo um clichê, brega como sempre, mas confesso que gostei.

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La Solitudine

Essa não tem jeito. Mesmo com os arranjos vocais da Leila Pinheiro (que ficaram muito bonitos) continuo achando a canção muito brega. Tenho que estar muito bem humorado para conseguir ouvi-la.


Come fa un’ onda

Talvez seja porque eu goste muito da versão do Equilíbrio distante, mas essa versão com a Célia Porto não me agradou muito. Está bem feita, ficou bonita, mas eu achei que perdeu a serenidade.

Só Louco

Com a qualidade do áudio não muito boa, essa é uma das pérolas do disco. Dorival Caymmi e Renato Russo, quando que eu imaginaria algo assim?  Ficou de uma beleza que só escutando para se entender.


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Esquadros

Um casamento perfeito entre as vozes da Adriana Calcanhoto e do Manfredini. A canção é uma daquelas que nos dá uma pequena pitada de angustia, mas uma angustia gostosa que te tira do conforto do comodismo te dá certa insatisfação. Pena que o áudio não está muito bom.


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Nada por mim

Uma versão mais que conhecida em que o Herbert Vianna apresenta o Russo ao público antes da música começar. Nem deveria ser considerada um dueto já que o Herbert não canta.


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Summertime

A música imortalizada na voz da Janis Joplin é aqui apresentada numa versão ao vivo em que o Renato canta com a Cida Moreira. Muito boa para quem curte um blues, mas o áudio também não está dos melhores.




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