Educação
Quero rir
“Não basta crer em Deus; é preciso acreditar também no diabo.
Em nosso tempo, o diabo substitui a lógica por uma falsa psicologia.”
Frithjof Schuon
Em tempos há muito postergado este inepto escriba – acreditem – foi professor. Lembro das dificuldades em manter os alunos em sala, uma vez que a maioria teimava em sair tão logo eu entrasse. O fato é que tudo isso piorou muito desde então. Hoje, aos 29 anos, novamente na universidade (voltando aos tempos de estudante), em um curso completamente diferente dou de cara com algumas coisas que seriam cômicas se não fossem trágicas.
Confesso que a principio tentei argumentar, mas logo fui taxado como o chato da turma e fui colocado à margem das discussões do grupo.
Comecei então a voltar minha atenção exclusivamente para mim mesmo. Quanto às gracinhas dos colegas, tudo que posso fazer é rir em uníssono.
Essa semana dei de cara com um artigo maravilhoso da Lya Luft publicado em Veja, na sua coluna semanal que diz: “Em escolas e universidades, estudantes falam alto, usam o celular, entram e saem da sala enquanto alguém trabalha para o bem desses que o tratam como um funcionário subalterno. Onde aprenderam isso, se não, em primeira instância, em casa?”
Bem, nesse ponto tenho que discordar da Lya, não acho que foi necessariamente em casa. O que acontece quando se ensina o relativismo como método de questionamento para tudo? O que acontece quando se ensina que o amor materno é uma construção burguesa? O que acontece quando se ensina que não existem verdades? O que acontece quando se ensina que danças libidinosas, versos mal escritos e pichações em paredes possuem o mesmo valor que a cultura erudita? É exatamente o que se ensina não só nas universidades, mas em escolas desde o ensino fundamental.
Se o amor materno é uma construção burguesa, por que diabos tenho eu que respeitar meus pais? Se não existem verdades, por que tenho que dar atenção ao que diz o professor? Se não existe superioridade cultural por que tenho que me preocupar com assuntos acadêmicos quando, ir à balada dançar funk (leia-se Creu, eguinha pocotó e derivados) vai ser relativamente a mesma coisa?
Se o amor materno é uma construção burguesa, por que diabos tenho eu que respeitar meus pais? Se não existem verdades, por que tenho que dar atenção ao que diz o professor? Se não existe superioridade cultural por que tenho que me preocupar com assuntos acadêmicos quando, ir à balada dançar funk (leia-se Creu, eguinha pocotó e derivados) vai ser relativamente a mesma coisa?
Quando se tem o relativismo como única “verdade” fomenta-se a anarquia, a simples e pura negação do princípio de autoridade.
A idéia gramscista de desenvolver uma revolução por meios culturais ao invés do uso da força vem sendo aplicada no Brasil ao longo dos últimos 40 anos. Tudo isso de forma tão abrangente que, por falta de pontos de referência nem nos damos conta do que está realmente acontecendo com nossa cultura.
Não adianta provar por A mais B que as coisas funcionam de maneira tal. Certamente irão te fazer calar através de gritos e ridicularizações, mostrando que você é um simples exibicionista com complexo de superioridade infantil.
Continuemos então a idolatrar Marilena Chauí, Leonardo Boff, Emir Sader e tutti quanti, mas não me peça para conter o riso durante o show de onomatopéias que fazem o fundo musical das aulas.
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