A verdade sobre o Zeitgeist III – Os povos cristãos não são piores que os outros

Abrindo o espaço para o retorno da discussão a respeito do “documentário” Zeitgeist – iniciamos aqui uma série de post sobre o assunto. Sendo que até agora publicamos:
  

· A verdade sobre Hórus ;

· A verdade sobre o Zeitgeist I – Ceticismo não é isso.

· A verdade sobre o Zeitgeist II – sobre a origem da religião.



No início do documentário Zeitgeist são apresentadas imagens de guerras e destruição, corpos sendo acumulados em valas (provavelmente provenientes do nazismo), segue com imagens das galáxias, do planeta Terra, dos oceanos, emenda com uma animação sobre o surgimento e evolução da vida em nosso planeta e esse primeiro ciclo se completa com a bandeira dos EUA sendo colocada em cima Bíblia. As imagens voltam para o atentado ao World Trade Center e imagens de mísseis sendo disparados.

Quem já viu o documentário sabe que esse início tem a finalidade de sugerir que o atentado de 11 de setembro foi obra dos estadunidenses e que essa mentalidade é fruto do cristianismo.

Todos nós em determinado momento já fizemos crítica à política norte americana e já condenamos (com relativa razão) determinadas atitudes. Condenamos a pena de morte, condenamos o xenofobismo, condenamos o poderio bélico, mas fica aqui uma pergunta: qual país não possui problemas de ordem política, ideológica ou social?



Falamos sempre dos americanos, talvez, por serem eles os de melhor desenvolvimento bélico e econômico, por serem o império da vez.

Recentemente ouvi de um colega a reclamação de que falamos mal do apedrejamento de supostas adulteras no oriente médio, mas nos esquecemos que nos EUA existe a pena de morte.

Na verdade não nos esquecemos de nada disso, o fato é que somos bombardeados todo tempo por informações antiamericanas e criamos uma mentalidade não só de repreensão, mas de total asco a tudo que se refere à política do Tio Sam.



Vejamos isso com mais calma:

· O apedrejamento no oriente médio é feito – na maioria das vezes – por julgamentos forjados, sem provas reconhecidas por um júri internacional, sem direito à apelação e por “crimes” que dentro da cultura de outros países (estou falando aqui de países cristãos) não passariam de uma indiscrição social.

· A pena de morte nos Estados Unidos da América – por mais que não concordemos (e entre esses incluo eu)— é voltada só para os crimes chamados hediondos, o resultado não é dado até que a defesa extinga seus recursos de apelação e o crime é reconhecido em qualquer corte internacional. Tudo é feito de forma a minimizar as possibilidades de erro – se bem que a pena de morte na minha concepção já é um erro.


Direitos e deveres


Enquanto nos países não cristão ainda existem sistemas de castas, não existem os direitos das mulheres, homossexuais são condenados à morte por causa da sua conduta, a diferença religiosa é penalizada como crime, por sua vez nos países cristãos – incluído aí os EUA – um padre pode ser preso por discriminar um pederasta, o casamento gay já começa a ser aceito, as mulheres conquistaram um grande espaço e a traição conjugal não é penalizada com a morte.

Não estou dizendo que nos países cristãos tudo isso seja perfeito, longe disso, o cristianismo cometeu inúmeros erros ao longo de sua história, mas desenvolveu um espaço para a disputa dialética e esse diálogo fomentou a idéia de direitos humanos que temos hoje.



É claro que as mulheres ainda têm muito espaço a conquistar, é óbvio que a liberdade ao casamento gay só agora ensaia a possibilidade de ser discutida e o salário de um trabalhador ainda não é o que deveria ser, no entanto, compare essas mesmas condições com países não cristãos como: Índia, Irã, Iraque, China ou qualquer outro.

Problemas relativos às guerras, direitos humanos, preconceitos, machismo, xenofobismo não estão diretamente relacionadas com o cristianismo ou mesmo com a política norte-americana, estão, na verdade, relacionadas com os medos e preceitos humanos e só a instrução pode amenizar o impacto de tais instintos.

Nossa cultura, nossa concepção de mundo é acumulada e continuamente aperfeiçoada geração após geração. Cuspir em mais de dois mil anos de desenvolvimento é ignorar tudo o que conquistamos e apelar para voltarmos à verdadeira idade das trevas.



Os países cristãos possuem defeitos? Sim. Os EUA cometeram muitos erros? Sim. Mas digam-me que país nunca errou em sua política interna ou externa, me digam em que país os direitos humanos são mais respeitados – apesar de todos os erros cometidos – do que os Estados Unidos da América?

Digam-me em que Osama Bin Laden é melhor que o Bush?

Acusar a sociedade norte-americana com os mesmos clichês de sempre não demonstra maturidade intelectual, demonstra nossa incapacidade de questionar estereótipos que nos são oferecidos desde a infância. Demonstra a eficiência do nosso condicionamento.

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