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O céu dos suicidas é um livro cômico
Em "O céu dos suicidas" Ricardo Lísias desenvolve o estilo de exagero cômico que usaria depois em "O Divórcio"
Terminei de ler “O céu dos suicidas”. Lembra muito “O Divórcio” (ou seria o contrário?).
A narrativa é mais fragmentada, por motivos óbvios, e o humor está mais presente. O que impressiona, já que se trata de um livro sobre suicídio, que termina com a participação de Deus disfarçado de médico e garantindo que o André foi para o Céu sem ter que passar pelo Umbral.
Fica claro que a fragmentação do texto é uma referência à necessidade de colecionismo do narrador da história, que não é o Ricardo Lísias escritor, mas um historiador especialista em coleções, de algum mundo paralelo. É como se cada capítulo fosse uma peça na coleção, que se fecha no livro pronto. Oferecido como prova de amizade ao André.
Me incomodou o fato de o narrador ser, mais uma vez, um grande bebê chorão. Sinto falta de escritores como Hemingway ou Bukowski.
E você, o que achou?
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