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Jornalismo panfletário nas redes sociais
O voto é livre. Você pode votar em quem quiser, pode fazer
campanha para quem quiser, pode declarar voto para quem quiser. Mas (e sempre
tem um “mas”), se você é jornalista e quer manter sua credibilidade, eu
recomendo que verifique as informações antes de publicar, mesmo que seja em seu
perfil numa rede social qualquer.
O amigo leitor deve estar se perguntando: Isso não é meio
óbvio? Há, realmente, necessidade de explicar algo tão banal?
Bem, parece que há. Tenho me irritado muito com as
publicações que alguns jornalistas fazem em seus perfis nas redes sociais.
Já é chato quando um leigo espalha boatos contra ou a favor
do candidato X ou Y, mas quando isso parte de um jornalista meu sangue ferve.
O pior é que, se você tentar explicar que não é bem assim, o
cidadão calcula automaticamente que você está contra ou a favor (dependendo da
situação) do candidato em questão.
Eu já tinha reparado que, a maioria dos jovens que eu
conheço se informa por meio da leitura de histórias em quadrinhos, blogs de
entretenimento e propaganda partidária. Na melhor das hipóteses, assiste ao
Jornal Nacional.
Diante do comportamento que alguns jornalistas têm
apresentando em seus perfis de Facebook e Twitter fico com a impressão de que
não leem nem mesmo o veículo para o qual trabalham.
O
debate político se resume a comportamentos decididos por fatores passionais aos
quais se tenta, posteriormente, justificar com argumentos silogísticos
disfarçados de argumentação racional. Invariavelmente a argumentação se
restringe a comparar os defeitos de um com as qualidades do outro - como se
todo político não fosse, ipso facto,
maquiavélico em sua essência.
Se esse tipo de comportamento é mais visível atualmente, isso se dá pela amplificação das vozes anônimas que encontraram nas redes sociais seu palco. Entre esses, podemos colocar muitos jornalistas que, sem a presença de um editor que os policie, usam as redes sociais como veículo de panfletagem.
Se esse tipo de comportamento é mais visível atualmente, isso se dá pela amplificação das vozes anônimas que encontraram nas redes sociais seu palco. Entre esses, podemos colocar muitos jornalistas que, sem a presença de um editor que os policie, usam as redes sociais como veículo de panfletagem.
Para manter meu bom humor ficarei um tempo sem interagir com
algumas pessoas até que as eleições acabem.
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