Jornalismo panfletário nas redes sociais

O voto é livre. Você pode votar em quem quiser, pode fazer campanha para quem quiser, pode declarar voto para quem quiser. Mas (e sempre tem um “mas”), se você é jornalista e quer manter sua credibilidade, eu recomendo que verifique as informações antes de publicar, mesmo que seja em seu perfil numa rede social qualquer.

O amigo leitor deve estar se perguntando: Isso não é meio óbvio? Há, realmente, necessidade de explicar algo tão banal?

Bem, parece que há. Tenho me irritado muito com as publicações que alguns jornalistas fazem em seus perfis nas redes sociais.

Já é chato quando um leigo espalha boatos contra ou a favor do candidato X ou Y, mas quando isso parte de um jornalista meu sangue ferve.

Comentário de Fagner no Facebook que diz: Nunca li tanta besteira. Tanto dos partidários de Dilma quanto dos partidários de Aécio. Cansei. Volto ao Facebook depois das eleições. Abraços!


O pior é que, se você tentar explicar que não é bem assim, o cidadão calcula automaticamente que você está contra ou a favor (dependendo da situação) do candidato em questão.

Eu já tinha reparado que, a maioria dos jovens que eu conheço se informa por meio da leitura de histórias em quadrinhos, blogs de entretenimento e propaganda partidária. Na melhor das hipóteses, assiste ao Jornal Nacional.

Diante do comportamento que alguns jornalistas têm apresentando em seus perfis de Facebook e Twitter fico com a impressão de que não leem nem mesmo o veículo para o qual trabalham.

O debate político se resume a comportamentos decididos por fatores passionais aos quais se tenta, posteriormente, justificar com argumentos silogísticos disfarçados de argumentação racional. Invariavelmente a argumentação se restringe a comparar os defeitos de um com as qualidades do outro - como se todo político não fosse, ipso facto, maquiavélico em sua essência.

Se esse tipo de comportamento é mais visível atualmente, isso se dá pela amplificação das vozes anônimas que encontraram nas redes sociais seu palco. Entre esses, podemos colocar muitos jornalistas que, sem a presença de um editor que os policie, usam as redes sociais como veículo de panfletagem.

Para manter meu bom humor ficarei um tempo sem interagir com algumas pessoas até que as eleições acabem.

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