JORNALISMO, LITERATURA E FUTEBOL

Jornalistas e ficcionistas norte-americanos escreveram, e escrevem, abundantemente sobre os esportes nacionais como o boxe e o basebol. O mesmo não acontece no Brasil com relação ao futebol. As possíveis causas foram debatidas por Alberto Dines, Marcelo Moutinho e Roberto Sander

                                                                                                                                       Fotografia do banco de imagem sxc.hu
Bola de futebol sobre fundo infinito com sombra projetada do lado esquerdo. Jornalistas e ficcionistas norte-americanos escreveram, e escrevem, abundantemente sobre os esportes nacionais como o boxe e o basebol. O mesmo não acontece no Brasil com relação ao futebol. As possíveis causas foram debatidas por Alberto Dines, Marcelo Moutinho e Roberto Sander.


Época de Copa do mundo, derrota da Seleção Brasileira: está pronto o ambiente para o cultivo de ensaios com análises antropológicas que usam o futebol para explicar o caráter nacional e a atual situação socioeconômica em que nos encontramos.

Nunca acreditei nesse tipo de coisa. Nasci com alguma deficiência que me impede de gostar de futebol, mesmo que seja na Copa do Mundo.

Mesmo assim, gostei muito do programa Observatório da Imprensa, que foi ao ar no dia 08 de julho, com o tema: Literatura e futebol. Nessa edição, Alberto Dines abre o debate com a pergunta metafórica: será que futebol rima com literatura?

É importante esclarecer que literatura, aqui, se refere à ficção. Assume-se previamente que livros de não ficção sobre o esporte são publicados ao montes todos os anos. O debate gira em torno da escassez de romances, contos ou poemas que tratem do futebol.

OS ENTREVISTADOS


Autor de “Uma História de Futebol”, o jornalista José Roberto Torero explica que pela importância que o futebol tem para o País, a produção literária deveria ser mais vasta. Sérgio Rodrigues, autor do livro “O Drible”, argumenta que fica difícil para um ficcionista chegar com suas mentiras a tiracolo e competir” com as emoções do futebol. Ruy Castro, autor do livro “Os Garotos do Brasil”, disse que “talvez [o futebol] seja um assunto que não se preste à ficção”. O escritor e jornalista João Ubaldo Ribeiro explicou que não sabe “se a maioria dos romancistas se sente, paradoxalmente, com intimidade suficiente com o mundo do futebol para escrever sobre ele”.

Mas essas são apenas as chamadas que dão início ao debate entre Alberto Dines, e os escritores e jornalistas, Roberto Sander e Marcelo Moutinho.

Durante o bate-papo você ficará sabendo que o escritor Lima Barreto chegou a fundar uma liga contra o futebol, que na época era um esporte elitista, e que Graciliano Ramos escreveu um artigo, sob pseudônimo, condenando o fato de o povo brasileiro estar, naquele período, aderindo a um esporte estrangeiro.


No programa ainda são citados o curta metragem “Barbosa”, baseado no livro “Anatomia de uma derrota”, de Paulo Perdigão, e a crônica “Perder, ganhar, viver”, do escritor Carlos Drummond de Andrade.

Mesmo que você não goste de futebol, recomendo que assista ao programa e deixe seu comentário.




 

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